Tinha acabado o dia, Abílio come uma sandes de presunto finamente cortado de pata negra. Fernando chegou no domingo com a perna de porco a caserna. Hoje é quinta-feira e estão todos para se deitar depois de um dia pouco puxado. O toque de alvorada começou com uma hora de exercício depois de levantada a bandeira. Sob o comando do alferes Henrique formado em engenharia elétrica.
Depois do exercício matinal foram descansar para as malhas de rede a sombra, no dia calorento de maio. A seguir almoçam os vinte soldados, a comida é carta. Por volta das 16:00, Abílio e mais nove companheiros recebem ordem de ir ao paiol. Fora do paiol foram entregues sete metralhadoras ligeiras Minimim MK3, duas FN 7,62 e um lança granadas MK 2, Abílio ficou com o lança granadas devido ao seu físico desenvolvido.
O dever é desmontar e montar as armas sob o comando do alferes Henrique e do capitão especialista de tiro de nome Figueiredo.
Acabado o exercício o alferes convidou Abílio e Fernando para irem de Jeep dar uma volta pela cidade de Leiria.
Agora todos tinham gozado de sandes de presunto com leite para dormirem. Por volta das 11:20 soa a campainha de alarme e acendem as luzes. O alferes entra na caserna e chama pelo número os dez da tarde. A porta, do lado de fora está o capitão e uma carrinha com as armas e munições. Abílio carregou a arma mais pesada, o lança granadas. Entraram para três viaturas militares.
A noite de lua nova em escorpião está escura como tudo. Dirigiram-se para um grande helicóptero da NATO com pilotos desconhecidos.Os doze homens levantaram vôo e durante a viagem discutiram a técnica milenar a aplicar. As armas mais poderosas ao centro da linha de fogo. O vôo durou algumas horas. O destino é o campo de tiro de Cádiz em Espanha. Aterram na escuridão num cenário de guerra, os disparos são constantes. Carregaram as armas e ficaram num buraco com uma gruta. Os alvos são luzes que se acendem na noite. Começaram a disparar em linha, o lança granadas ao centro as FN 7, 62 ao lado e por ordem as metralhadoras ligeiras.
Foi descarregar munições até de madrugada. Por fim o clarão da artelharia pesada, o campo ficou iluminado e acaba o exercício.
Ao raiar do sol num grande pavilhão é servida uma refeição a militares de vários países. De regresso os pilotos não tiraram os respiradores. Já é meio da tarde quando aterram em Leiria. São recolhidas as armas e dirigem-se para a caserna. Os dez homens estão proibidos de falar sobre a missão. Mais uma vez depois de jantar, Fernando distribui sandes de presunto cortado finamente. Amanhã é fim de semana.
Sábado de manhã. O alferes Henrique chega de Jaguar e prontos estão Abílio e Fernando para o fim de semana no apartamento em Lisboa. O pequeno almoço por volta das 9:00 é na auto-estrada em Santarém. O almoço no apartamento do pai de Henrique é robalo grelhado. A noite cai com a luz azul do Tejo junto a Torre de Belém e é soberba. Uma cerveja e uns camarões são o jantar já de noite, de volta ao andar o trânsito flui. Por volta da meia-noite o Jaguar chega ao destino, o Bar Capicua.
O alferes senta-se com Fernando numa mesa onde estão três jovens todas com aliança de casadas. Abílio senta-se ao balcão. A tática é pedir uma bebida para durar toda a noite. O Bar já está cheio, as quatro colunas Monitor Áudio Gold disparam os Wats. Um civil cai de bêbado e porta fora.
São três da manhã, ao lado do soldado está um economista a pagar a conta com uma nota de cem euros e recolhe a carteira. O soldado destramente rouba-lhe a carteira e também paga a conta dos três de Leiria. Mas o homem das contas dá por ela e tira uma pistola de que tem uso e porte. Abílio antes que a arma dispare, disfere um murro e parte o maxilar do economista. Este está acompanhado de um professor de psicologia que se mete fisicamente com o soldado ao mesmo tempo que voa e cai de costas em cima de uma mesa de populares partindo os copos e derramando sangue. Sentados impavidamente, Henrique, Fernando e as três mulheres assistem a um arraial de porrada por metade do Bar Capicua. Passado um quarto de hora chega a polícia militar, dá um tiro num candeeiro e todos ficam estáticos, chega a PSP. Todos os notívagos saem para a rua. A PSP encosta um bando de jovens drogados a parede e um tem cem gramas de haxixe.
Henrique apresenta a documentação enquanto passa um carro em excesso de velocidade com o economista e o psicólogo direto a um hospital.
Os três de Leiria mais outras tantas mulheres entram no Jaguar que com excesso de passageiros se encaminham para o deleite. Abílio apenas gamou uma carteira com três mil euros em notas de cem.
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