sábado, 27 de maio de 2023

 

Aquele que habita sob a proteção do Altíssimo e mora à sombra do Omnipotente, pode exclamar. «Senhor, Tu és o meu refúgio, a minha cidadela O meu Deus em quem confio!» Ele há de livrar-te da armadilha do caçador e do flagelo maligno. Ele te cobrirá com as suas penas: debaixo das suas asas encontrarás refúgio, a sua felicidade é escudo e couraça. Não temerás o terror da noite, nem da seta que voa de dia, nem da peste que alastra nas trevas, nem do flagelo que mata em pleno dia. Podem cair mil à tua esquerda e dez mil a tua direita, mas tu não serás atingido. Basta abrires os olhos, para veres a recompensa dos ímpios. Pois disseste: «O Senhor é o meu único refúgio!» Fizeste do altíssimo o teu auxílio. Por isso nenhum mal te acontecerá, nenhuma epidemia chegará tua tenda. É que Ele deu ordem ordens aos seus anjos, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles hão de elevar-te na palma das mãos, para que não tropeces em nenhuma pedra. Poderás caminhar sobre serpentes e víboras, Calcar aos pés leões e dragões. «Porque acreditou em mim, hei de salvá-lo; hei de defendê-lo, porque conheceu o meu nome. Quando me invocar, hei de responder-lhe; estarei a seu lado na tribulação, para o salvar e encher de honras. E mostrar-lhe a minha salvação.»

 

Terceira lamentaçãoAlef Eu sou o homem que conheceu a miséria, sob a vara da sua ira. Conduziu-me e fez-me caminhar nas trevas e na luz. Dirige contra mim a sua mão todos os dias, sem cessar. Bet Consumiu a minha carne e aminha pele, partiu os meus ossos. Edificou e levantou um cerco de dores e amargura em meu redor. Fez-me morar nas trevas como os mortos de sempre. Gimel Cercou-me com um muro, e não tenho saída, carregou-me de pesados grilhões. Mesmo quando grito e imploro socorro. Ele rejeita a minha prece. Bloqueou-me o caminho com trevas, fez-me seguir por estrada errada. Dalet Ele foi para mim qual urso de emboscada, como um leão no esconderijo. Desviou-me do caminho para me destruir, deixou-me destroçado. Retesou o seu arco e tomou-me para alvo das suas setas. Hé Fez cravar nos meus rins as setas da sua aljava. Tornei-me Escárnio de todo o meu povo, o seu gozo todos os dias. Fartou-me da amargura, embriagou-me de fel.

 

A riqueza insondável do mistério de Cristo é tal, que nenhuma tradição litúrgica pode esgotar-lhe a expressão. A história da origem e desenvolvimento destes ritos testemunha uma complementaridade admirável. Sempre que as Igrejas viveram estas tradições litúrgicas em comunhão na fé e nos sacramentos da fé, enriqueceram-se mutuamente, crescendo na fidelidade à Tradição e à missão comum de toda a Igreja (73).

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