Aquele que habita sob a
proteção do Altíssimo e mora à sombra do Omnipotente, pode exclamar. «Senhor,
Tu és o meu refúgio, a minha cidadela O meu Deus em quem confio!» Ele há de
livrar-te da armadilha do caçador e do flagelo maligno. Ele te cobrirá com as
suas penas: debaixo das suas asas encontrarás refúgio, a sua felicidade é
escudo e couraça. Não temerás o terror da noite, nem da seta que voa de dia,
nem da peste que alastra nas trevas, nem do flagelo que mata em pleno dia.
Podem cair mil à tua esquerda e dez mil a tua direita, mas tu não serás
atingido. Basta abrires os olhos, para veres a recompensa dos ímpios. Pois
disseste: «O Senhor é o meu único refúgio!» Fizeste do altíssimo o teu auxílio.
Por isso nenhum mal te acontecerá, nenhuma epidemia chegará tua tenda. É que
Ele deu ordem ordens aos seus anjos, para te guardarem em todos os teus
caminhos. Eles hão de elevar-te na palma das mãos, para que não tropeces em nenhuma
pedra. Poderás caminhar sobre serpentes e víboras, Calcar aos pés leões e
dragões. «Porque acreditou em mim, hei de salvá-lo; hei de defendê-lo, porque
conheceu o meu nome. Quando me invocar, hei de responder-lhe; estarei a seu
lado na tribulação, para o salvar e encher de honras. E mostrar-lhe a minha
salvação.»
Terceira lamentação – Alef Eu sou o homem que conheceu a
miséria, sob a vara da sua ira. Conduziu-me e fez-me caminhar nas trevas e na
luz. Dirige contra mim a sua mão todos os dias, sem cessar. Bet Consumiu a
minha carne e aminha pele, partiu os meus ossos. Edificou e levantou um cerco
de dores e amargura em meu redor. Fez-me morar nas trevas como os mortos de
sempre. Gimel Cercou-me com um muro, e não tenho saída, carregou-me de pesados
grilhões. Mesmo quando grito e imploro socorro. Ele rejeita a minha prece.
Bloqueou-me o caminho com trevas, fez-me seguir por estrada errada. Dalet Ele
foi para mim qual urso de emboscada, como um leão no esconderijo. Desviou-me do
caminho para me destruir, deixou-me destroçado. Retesou o seu arco e tomou-me
para alvo das suas setas. Hé Fez cravar nos meus rins as setas da sua aljava.
Tornei-me Escárnio de todo o meu povo, o seu gozo todos os dias. Fartou-me da
amargura, embriagou-me de fel.
A riqueza insondável do mistério de Cristo é tal, que nenhuma
tradição litúrgica pode esgotar-lhe a expressão. A história da origem e
desenvolvimento destes ritos testemunha uma complementaridade admirável. Sempre
que as Igrejas viveram estas tradições litúrgicas em comunhão na fé e nos
sacramentos da fé, enriqueceram-se mutuamente, crescendo na fidelidade à
Tradição e à missão comum de toda a Igreja (73).
Sem comentários:
Enviar um comentário