quarta-feira, 11 de junho de 2014


A abstenção mudou-se

Mudou-se para outra dimensão

Ficou rica, foi de férias

Quem a pé foi votar

Integrou o imenso esquadrão

A multidão que caminha para a morte

 

Mas a abstenção já foi

De férias para o eterno

De coisa nenhuma faz contas

Afinal para quê?

A plenitude do céu azul

Sob as mãos do esquadrão

 

E tu Ocidente velho

Quem é a tua voz reacionária?

Onde está a liberdade?

É o teu querer populaça, a desgraça

A morte prematura do filósofo

A festa em mórbido silêncio

E a ordem sob a ameaça das armas

 

Nunca nos veremos nas bestas

Nos maus vinhos da violência

Nos sentimentos reles

Na consanguinidade mais reprodutiva

Rebentemos os nossos peitos

No amor clandestino e perverso

segunda-feira, 2 de junho de 2014

                                          Acaba a primavera e ficam os momentos